terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pensando na vida.

Tava pensando na minha vida, com base nestes pensamentos e na observação das pessoas que me rodeiam e das pessoas que vejo na rua, tento me definir. Vamos ver no que dá.
Eu me considero uma menina diferente e claro isso não me faz uma pessoa especial, longe disso. Me considero diferente com base na comparação com outras pessoas e na forma como elas convivem e conversam entre si.
Além de me considerar uma menina diferente, sempre fui vista como tal. A vida toda e eu acredito que isso permanecerá enquanto eu viver.
Sempre fui a menina apaixonada por suspense, quando todo mundo gostava de comédia. Apaixonada por literatura clássica, livros considerados difíceis, geralmente o oposto dos tipos de livros que a maioria gosta.
Talvez eu seja blasé...hum
Tenho certeza que se eu fosse uma personagem, seria a interpretada pela Eva Green em Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci. A do tipo que observa todos, reflete, é considerada "cult" e até mesmo metida...rsrsrrs
Por vezes sou mal interpretada, a minha timidez é considerada uma afronta, um abuso. Como pode não querer falar com todo mundo? Como pode se permitir a entrar numa concha e se afastar de todos? Como ela ousa?
Eu sou tímida porque eu sou tímida e ponto. Não tem explicação. Claro que quanto mais eu conheço a pessoa mais eu vou me abrir, me expor, mostrar o quanto eu posso ser engraçada, boba, falar besteira e tal.
Não vou sair me expondo pra qualquer pessoa porque sei o quanto ela pode ser cruel e usar tudo o que eu disse e todos os sentimentos abertos, expostos e analisados contra mim. Sei disso tudo por experiência própria.
Enfim, eu gosto de ler, sempre gostei. Dificilmente encontro pessoas que leram os mesmos livros que eu li e quando encontro é uma festa. O que disse sobre os livros, vale pra tudo na minha vida: gosto musical, jeito de pensar e falar, de agir, de se portar com os outros, de debater e discutir.
Você não vai me ver tendo amizade com uma pessoa reacionária porque eu não tenho paciência com gente que pensa assim. Sou aberta a discussões mas tudo tem um limite na vida e não suporto pessoas antipáticas e preconceituosas.
Amo debates. Ainda tenho dúvidas sobre o gosto por sair à noite pra festas pois fico incomodada com a música alta e a bebedeira alheia. Amo filmes. Prefiro reuniões com os meus melhores amigos e a luz e a brisa do ar livre em uma manhã de sol no Rio.
Talvez eu seja blasé. Talvez eu seja nojenta mesmo...pouco me importa no momento. O que importa é que estou tentando me descobrir e descobertas fazem parte da vida.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Não sei escrever

Não sei escrever
Talvez um dia eu aprenda de tanto
praticar

Leio tudo o que encontro
Devoro livros com uma fome que não cabe em
mim

A fome só aumenta
Mas escrever tem sido tão tão
difícil

As palavras não saem direito
saem tortas
Quem sabe da próxima vez,
eu não aprenda a
escrever?

sábado, 28 de maio de 2011

Coração de Porcelana

o coração da moça é tão despedaçado
sua pintura está descascada
as flores nela pintadas já nem existem mais
os detalhes dourados estão sumindo

Pedaços dele foram deixados pelo caminho
Talvez alguém se compadeça dele e os cate
porque se depender da moça
eles continuarão lá

jogados e depois de algum tempo
só sobre os restos do que foi um
Coração pintado com flores e com detalhes em dourado

coração que não bate mais por ninguém
e sinceramente ela espera que continue
assim por um longo tempo
Despedaçado.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Esquecido

Seu nome eu não sei
Você é só mais um na Estatística perversa
dos miseráveis abandonados perdidos
Esquecidos

Seu rosto magro denuncia sua fome
Seus pés descalços não conhecem sapatos
Só o chão duro frio esburacado
Cheio de pedras

Você vive entorpecido pela fumaça branca
Fumaça que sai do cachimbo que queima seus dedos
Entre pela porta de trás e ninguém irá perceber que existe
Continua a ser ignorado

Alguém deve se importar
Talvez quem vos escreve
Talvez não se importe tanto
Pois só escreve este poema
Esquecido.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Finalmente

Eu e Clarice andamos na contramão
Ao sabor do vento em nossos cabelos
Andamos em linha reta
Mas esperamos a próxima curva

Em um dia desses,
cansada de andar em linha reta e
avistada a curva próxima, entrei
nela e me deparei com você

Estava de mãos dadas com outra
Tudo tão estranho
Um nó em minha garganta se formou

Mas não podia fazer nada
A não ser voltar para a linha reta
com Clarice e esperar que você esteja
livre na próxima curva.

sábado, 16 de abril de 2011

O Romântico e o Ardente

Eu sempre caminhei entre o Romântico e o Ardente
Linha tênue que os separa
Sempre buscando o equilíbrio em minha alma
Só para descobrir que não existe equilíbrio entre o Gelo e o Fogo.

Caminho como quem se equilibra no circo
No espetáculo do fio que treme e
quase caio
Plateia olhando admirada meu equilíbrio

Quando, na verdade, não imaginam o quanto é difícil
Mantê-lo firme
e segurar o guarda-chuva para equilibrar

Por vezes me entrego ao Ardente para depois
Me entregar, com arrependimento do primeiro, ao Romântico.
Só para descobrir, mais tarde, que não há equilíbrio em nada.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Amizade

Prédio de concreto
Como testemunha
da nossa amizade

Um livro que causa discussão
Sentados na arena
Discutindo uma solução

Risadas no ônibus
Memórias de paixões malucas e
inacabadas e outras nem começadas

Amizades que duram
Vento no rosto e
Tudo é tão simples
com o prédio de concreto ao fundo.